quarta-feira, 9 de julho de 2008

DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO E VALORES SOCIAIS

Os Valores de Émile Durkheim e Karl Marx

O sociólogo David Émile Durkheim, nasceu em 1851, e faleceu em 1917, era francês de boa família, formado em Direito e Economia, contudo sua obra inteira é dedicada a Sociologia. Para Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia, a educação é por natureza social e tem a função de desenvolver as competências e capacidades necessárias para preservar a sociedade. Vendo a sociedade como um todo e não dá importância as ações dos membros individuais. Durkheim atribui à educação duas funções simultâneas, a de homogeneizar e a de diferenciar. Afirma, que a sociedade só poderá perpetuar se renovar continuamente as condições da sua própria existência, e que essa renovação é feita através da educação, em que as gerações adultas atuam sobre as mais jovens. Homogeneíza transmitindo valores e normas básicas e comuns; diferencia especializando para as diversas tarefas no mundo do trabalho.
Seu trabalho dar início na reflexão e no reconhecimento da existência de uma “Consciência Coletiva”. Ele parte do pressuposto de que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste. Denominando este processo de aprendizagem como “Socialização”, a consciência coletiva do ser humano, tomaria como formação de acordo com a socialização e seria composta por tudo aquilo que temos formado em nossas mentes, servindo como orientação de como devemos ser, sentir e nos comportar. O que foi denominado como “Fatos Sociais”, afirmando ser os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia. Nem todos os atos de um indivíduo é um fato social, para ser um fato social tem de acatar a 3 características denominadas como: generalidade, exterioridade e coercitividade. Generalidade: é a comunhão no pensar, agir e sentir de um grupo de pessoas. Exterioridade: é aquele fato que esta intrínseco no indivíduo. Mesmo que o indivíduo queira roubar, matar ou cometer qualquer ato ilícito, ele não o fará, mas não por que está proibido pela lei para tais atos, mas por estar acima de sua vontade o limite do que pode ou não ser feito. Coercitividade, é a obrigação do indivíduo a seguir determinada orientação, conceito ou norma já preestabelecida pela sociedade (Estado). “As regras do método sociológico”, livro publicado por Durkheim, define uma metodologia de estudo, que embora sendo em boa parte retirada das ciências naturais, retrata a importância da nova ciência. Tornando necessária a revelação das leis que regem o comportamento social, em seus estudos, ele concluiu que os fatos sociais abrangem toda a sociedade, o que só é possível se aceitarmos que a sociedade é um conjunto de um todo. Sendo assim, qualquer alteração afeta toda a sociedade, o que quer dizer que se algo não vai bem em algum setor da sociedade, toda ela sentirá o efeito. Partindo deste ponto de vista ele desenvolve dois dos seus principais conceitos: Instituição Social e Anomia. A instituição social é um mecanismo que protege a sociedade, ou seja, é um conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e admitidos por ela, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo satisfazendo as necessidades dos indivíduos os quais fazem parte. As instituições são conseqüentemente conservadoras por essência, podendo ser a família, a escola, o governo, a polícia ou qualquer outra, elas atuam, pela manutenção da ordem não admitindo mudanças. Durkheim esclarece e defende em sua obra o quanto acredita que essas instituições são valorosas, sendo assim considerado como um conservador, causando antipatia a sua obra durante muitos anos, dedicou-se ao estudo da criminalidade, do suicídio e da religião, discípulo genial de Comte, sistematizou algumas de suas idéias e foi o primeiro a usar efetivamente a expressão “Sociologia” para referir-se ao estudo em pauta, que seu mestre ainda chamava de “Física Social”.
Karl Marx era alemão, nasceu em 1818 e faleceu em 1883, seus pais eram judeus que tiveram que se converter ao cristianismo em função das restrições impostas à presença de membros de etnia judaica no serviço público. Era filósofo e com base em seus pensamentos, fundador da sociologia alemã, tinha como objeto de estudo a ação social. Entendia por ação social todo o comportamento intencional que se desenvolve num sistema de interação ou interdependência social entre a sociedade e o indivíduo. Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutos como republicanos, deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários - das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e da América, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal. Marx achava que não era o conhecimento espiritual que mudava a produção da existência e, consequentemente, a vida social, mas exatamente o contrário: com a atividade prática, a revolução, o corpo social transformava também a sua subjetividade. Marx tinha um pensamento prático e político que muitos entenderam como sendo um método a determinar a realidade, chamando-o de materialismo histórico e dialético, que mais tarde veio a ser denominado de marxismo. Inicialmente não houve grande aderência a estas teorias marxistas no âmbito da sociologia, mas com os movimentos estudantis e em conseqüência dos primeiros sintomas de crise econômica e de conflitos entre vários grupos sociais nos finais dos anos 60, surgiram idéias fundamentadas no marxismo e em oposição às teorias funcionalistas baseadas no consenso da ordem social. Estes autores marxistas analisam a base conflitual da ordem social e a função de reprodução social através da educação de uma perspectiva muito crítica. O processo de crítica ao pensamento de Marx iniciou-se desde a publicação de suas primeiras obras, e continuam até hoje. As críticas da época em que ele estava vivo receberam respostas por parte dele e Engels, e, posteriormente, pelos seus seguidores e por intelectuais preocupados em conhecer o pensamento de Marx, chegando à conclusão de que exclusivamente a partir do ponto de vista de quem não tem absolutamente nada a perder se pode desejar a enxergar a verdade.
Passa a entender melhor as diferentes abordagens sociológicas de Durkheim, quando se tem em consideração o ambiente cultural da época na Alemanha e na França. Enquanto na Alemanha a sociologia desenvolve-se entrosada com a história, a economia e a psicologia, Na França o positivismo de Durkheim, que toma como modelo científico a física clássica, distanciando-se das influências da psicologia, destaca-se por várias de suas reflexões, das quais enfatizamos o seu estudo pormenorizado do suicídio; a afirmação de que o homem possui duas consciências distintas (Coletiva e Individual); a concepção de que a sociedade é estruturada pela divisão de trabalho social; a tese de que nem todos os fatos designados de "social" são fatos sociais, posto que existe o fato normal e o patológico; etc. Dentre as suas reflexões, as atinentes aos fatos sociais merecem especial destaque. Para Durkheim o homem era dotado de duas consciências: Consciência Coletiva: é a consciência imposta pela sociedade, onde ela estabelece o que pode e não ser feito; quais os limites, direitos e deveres de cada um, existente em cada indivíduo. Consciência Individual: é aquela que está como que ‘desimpedida’ de qualquer norma ou restrição. Assim, o indivíduo é livre de fazer o que acha que lhe convém.
Se para Marx os fatos sociais são interdependentes: todas as mudanças produzidas no meio social refletem-se no organismo social. Um ato político afeta um setor da economia, da saúde, etc. As sociedades tradicionais proporcionar uma forma de divisão do trabalho, mesmo que fundamentada na idade, gênero ou força física. O que distingui esta forma de divisão natural do trabalho, pela divisão do trabalho no capitalismo é a ausência de um excedente na produção.
Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia espalha. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira se dedica-se a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita de socialismo.
Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.
Para Durkheim, as diferenças sociais criadas pela divisão social do trabalho, ligam os indivíduos pela necessidade de troca de serviços e pela sua interdependência.
A ‘sociologia positivista’ se propõe a investigar os fatos coletivos tomados como reais incluindo nessa categoria os ideais construídos pelos conjuntos da sociedade, esta que é assim compreendida pelo autor “Numa palavra a sociedade é a natureza, mas a natureza elevada ao mais alto grau de desenvolvimento e concentrando em si todas as energias para, de algum modo, se ultrapassar a si mesma”. (Durkheim, 1911, p. 272).
Se para Durkheim a divisão social do trabalho gera dependência recíproca, para Marx, a divisão do trabalho, expressa os meios de segmentação da sociedade.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx. Disponível em 22 de abril de 2007
DURKHEIM.Émile. Sociologia, pragmatismo e filosofia. Porto-Portugal.Rés-Editora.Ltda s/d.
Revista Nova Escola; Grandes Pensadores; Edição Escpecial. Vol 2.
DURKHEIM. Émile. Da divisão do trabalho social, 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. 22ª ed., Rio de Janeiro: civilização Brasileira, 2004. (2 volumes)
REFERÊNCIA DIGITAIS:

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